5 Erros do Improvisador Iniciante, erros que cometi, que observei, e que venho observando em outras pessoas ao longo do tempo.
O músico quando é atraído pelo universo da improvisação, e principalmente, quando se torna um improvisador iniciante, é muito comum que confronte suas dúvidas, com muitas informações incompletas que encontra, sobretudo, na internet.
Essa briga inicial e constante, entre dúvidas e informações incompletas, geralmente nos conduz a hábitos e pensamentos “errados”, que nada agregam ao desenvolvimento do músico.
E assim surgiu a minha necessidade em listar alguns desses erros, comuns entre aqueles que se enquadram na situação de improvisador iniciante.
Vale ressaltar que ao longo do meu percurso nessa minha caminhada musical, cometi alguns dos erros que vou listar quase que de maneira exaustiva, e por ter superado, me sinto confortável, e até mesmo na obrigação de passar essa experiência adiante.
Listei 5 desses erros:
Muitas pessoas tem uma enorme resistência ao processo de transcrição de solos, não apenas porque essa atividade é trabalhosa, demanda tempo, paciência, perseverança, mas também, porque há uma crença, de que quem tira solos de determinado artista, estará se tornando uma imitação, e/ou estará se distanciando da originalidade.
Na verdade, o melhor benefício que a transcrição nos traz, no meu entendimento, é o desenvolvimento de uma linguagem, ou seja, aquele conjunto de características que determinado gênero musical guarda, e que ao tocarmos, precisamos deixar explicitas, falar a “língua” daquele gênero.
Imagine, como seria tocar samba com uma linguagem de rock, e vice-versa?!
Essa comunicação musical “inadequada”, é melhor resolvida quando tiramos os solos, quando incorporamos no nosso discurso características daquele gênero que nos propomos a tocar.
2) Não acumular uma discografia
Acumular uma discografia talvez seja uma das maiores necessidades de qualquer músico, em qualquer área, sobretudo, para aqueles que querem mergulhar na improvisação.
É importante ter clareza, que a música que lançamos ao mundo exterior, é proporcional à música que temos acumulada dentro de nós, e que a melhor forma de acumular música dentro de si, é escutando.
A apreciação musical é essencial para nos fornecer ideias musicais, e ter exemplos de como essas ideias se conectam, que ideias valem à pena ou não dar atenção etc.
É necessário que se conheça os álbuns daqueles artistas que admiramos, de preferência, nos mínimos detalhes, as circunstâncias de criação, quem gravou, quando foi gravado.
Todas as informações que nos façam entender aquela obra, nos interessa.
“Especialmente para improvisadores iniciantes, a transcrição pode ser uma ferramenta muito eficaz para treinar os ouvidos, e única na compreensão geral do que a linguagem da improvisação realmente envolve. É também uma forma de entrar momentaneamente na mente de um grande músico, e olhar para o tipo de processo de pensamento que eles empregam para se tornarem quem eles se tornam como instrumentistas. ”
Pat Metheny
Tornar a transcrição de solos um hábito, certamente, é uma das atividades mais recompensadoras que um aspirante a improvisador pode cultivar.
Transcrever e tocar junto à gravação, não apenas nos proporciona habilidades mecânicas no instrumento (como melhorar a técnica de palhetada ou melhor capacidade em escolher digitações).
O processo de transcrição, nos proporciona também habilidades interpretativas, ou seja, com mais ou menos dinâmica, melhora da articulação (forma que se utiliza pra ir de uma nota a outra) etc. Além do desenvolvimento ouvido musical.
Sobre a transcrição de solos, o grande guitarrista e improvisador, Pat Metheny, disse:
“Especialmente para improvisadores iniciantes, a transcrições pode ser uma ferramenta muito eficaz para treinar os ouvidos e apenas uma compreensão geral do que a linguagem da improvisação realmente envolve. É também uma forma de entrar momentaneamente na mente de um grande músico e olhar para o tipo de processo de pensamento que eles empregam para se tornarem quem eles se tornam como jogadores. ”
Pat Metheny