Chico Oliveira no Show a Fibra é Uma Ótica! - Foto Uendel Galter

Por Chico Oliveira

5 Erros do Improvisador Iniciante, erros que cometi, que observei, e que venho observando em outras pessoas ao longo do tempo.

 

O músico quando é atraído pelo universo da improvisação, e principalmente, quando se torna um improvisador iniciante, é muito comum que confronte suas dúvidas, com muitas informações incompletas que encontra, sobretudo, na internet.

 

Essa briga inicial e constante, entre dúvidas e informações incompletas, geralmente nos conduz a hábitos e pensamentos “errados”, que nada agregam ao desenvolvimento do músico. 

 

E assim surgiu a minha necessidade em listar alguns desses erros, comuns entre aqueles que se enquadram na situação de improvisador iniciante.

 

Vale ressaltar que ao longo do meu percurso nessa minha caminhada musical, cometi alguns dos erros que vou listar quase que de maneira exaustiva, e por ter superado, me sinto confortável, e até mesmo na obrigação de passar essa experiência adiante.

 

Listei 5 desses erros:

1) Resistência a tirar solos

Muitas pessoas tem uma enorme resistência ao processo de  transcrição de solos, não apenas porque essa atividade é trabalhosa, demanda tempo, paciência, perseverança, mas também, porque há uma crença, de que quem tira solos de determinado artista, estará se tornando uma imitação, e/ou estará se distanciando da originalidade. 

 

Na verdade, o melhor benefício que a transcrição nos traz, no meu entendimento, é o desenvolvimento de uma linguagem, ou seja, aquele conjunto de características que determinado gênero musical guarda, e que ao tocarmos, precisamos deixar explicitas, falar a  “língua” daquele gênero.

 

Imagine, como seria tocar samba com uma linguagem de rock, e vice-versa?! 

 

Essa comunicação musical “inadequada”, é melhor resolvida quando tiramos os solos, quando incorporamos no nosso discurso características daquele gênero que nos propomos a tocar.  

 

2) Não acumular uma discografia

 

Acumular uma discografia talvez seja uma das maiores necessidades de qualquer músico, em qualquer área, sobretudo, para aqueles que querem mergulhar na improvisação. 

 

É importante ter clareza, que a música que lançamos ao mundo exterior, é proporcional à música que temos acumulada dentro de nós, e que a melhor forma de acumular música dentro de si, é escutando. 

 

apreciação musical é essencial para nos fornecer ideias musicais, e ter exemplos de como essas ideias se conectam, que ideias valem à pena ou não dar atenção etc.

 

É necessário que se conheça os álbuns daqueles artistas que admiramos, de preferência, nos mínimos detalhes, as circunstâncias de criação, quem gravou, quando foi gravado. 

 

Todas as informações que nos façam entender aquela obra, nos interessa. 

“Especialmente para improvisadores iniciantes, a transcrição pode ser uma ferramenta muito eficaz para treinar os ouvidos, e única na compreensão geral do que a linguagem da improvisação realmente envolve. É também uma forma de entrar momentaneamente na mente de um grande músico, e olhar para o tipo de processo de pensamento que eles empregam para se tornarem quem eles se tornam como instrumentistas. ” 

Pat Metheny

3) Não tirar solos por preguiça

Tornar a transcrição de solos um hábito, certamente, é uma das atividades mais recompensadoras que um aspirante a improvisador pode cultivar. 

 

Transcrever e tocar junto à gravação, não apenas nos proporciona habilidades mecânicas no instrumento (como melhorar a técnica de palhetada ou melhor capacidade em escolher digitações). 

 

O processo de transcrição,  nos proporciona também habilidades interpretativas, ou seja, com mais ou menos dinâmica, melhora da articulação (forma que se utiliza pra ir de uma nota a outra) etc. Além do desenvolvimento ouvido musical. 

 

Sobre a transcrição de solos, o grande guitarrista e improvisador, Pat Metheny, disse:

 

“Especialmente para improvisadores iniciantes, a transcrições pode ser uma ferramenta muito eficaz para treinar os ouvidos e apenas uma compreensão geral do que a linguagem da improvisação realmente envolve. É também uma forma de entrar momentaneamente na mente de um grande músico e olhar para o tipo de processo de pensamento que eles empregam para se tornarem quem eles se tornam como jogadores. ” 

Pat Metheny

 

4) Desvalorização dos conhecimentos básicos

Muitas pessoas costumam associar a beleza de um improviso à diversidade de materiais musicais que é utilizada naquele improviso, ou seja, para essas pessoas, a beleza esta em utilizar 3, 4, 5 escalas diferentes, independente da forma como são utilizadas.
 
Esse endeusamento de escalas, acaba afastando as pessoas do real sentido da improvisação, que é a criação de frases e melodias interessantes num contexto musical. 

A música passa a ocupar um lugar de percepção de habilidades mecânicas, ao invés de percepções sensoriais e emoções.  
 
Se você não domina a escala maior, dificilmente irá dominar a escala menor melódica, ou a escala diminuta por exemplo. 
 
Há uma ordem no aprendizado de escalas, modos, arpejos etc. 
 
Enquanto professor, posso lhe assegurar que, saber a escala maior com maestria, já irá lhe fazer tocar muito bem sobre incontáveis músicas, por isso, ela não deve ser subestimada. 
 
Charlie Parker, um dos grande nomes da improvisação em toda história da música, unanimemente considerado um gênio, era um mestre em utilizar materiais básicos, sobretudo,  notas dos acordes
 
Chet Baker, outro dos grandes improvisadores da história, dotado de um dos ouvidos mais brilhantes da história do jazz, conforme relatos de outros músicos, se preocupava muito mais com a beleza das notas, ao invés da complexidade delas.
 
Wes Montgomery, considerado um dos grandes guitarristas improvisadores da história, era exímio na utilização de arpejos, e sua música, até hoje é sinônimo de alegria.
 
Muito provavelmente, os improvisadores que você admira, os que eu admiro, são mestres na utilização dos princípios básicos da improvisação, aquilo que a maioria acha que sabe e não trabalha o suficiente, eles trabalham, ou trabalharam até a exaustão, sabem de trás para frente.
 
Realmente, não negligencie o básico, pode lhe custar caro.
 
Não dominar intervalos, a escala maior e seu campo harmônico, tríades, tétrades, improvisar com notas do acorde, é o básico, que todos seriam muito mais felizes se soubessem em profundidade, mas infelizmente não sabem.

5) Não perceber outros instrumentos

É muito comum que instrumentistas reparem apenas o seu próprio instrumento, como por exemplo, aquele baterista que só escuta discos de bateristas, ou só fica atento nas partes da bateria em uma música.
 
Essa postura de olhar apenas para o próprio instrumento, acaba afastando o instrumentista de um aprendizado mais criativo, dinâmico, musical, ou seja, cada vez mais a pessoa vai se tornando um habilidoso “mecânico”, ao invés de um habilidoso com a música.
 
Se você é um guitarrista, repare nos músicos de sopro, observe os caminhos melódicos que eles propõem, muito provavelmente, são bem diferentes que os propostos pelos guitarristas.
 
Escutar e transcrever música produzida em outros instrumentos, nos obriga a vencer outras demandas técnicas, nos faz desenvolver outros caminhos melódicos, outras conexões de ideias.
 
Fique atenta(o) a todo tipo de música, produzida para instrumentos diversos, isso só irá enriquecer sua musicalidade.
 
Se você quiser realmente se aprofundar em aprender e desenvolver os conhecimentos básicos de improvisação na guitarra, te convido a conhecer o Fator 6.
 
O Fator 6 é um curso online para guitarristas que vai lhe ensinar como improvisar, e/ou como desenvolver sua improvisação de uma forma musical, criativa, se utilizando de conhecimentos consistentes de harmonia
 
 
E se você quiser ver esses 5 erros do improvisador iniciante com outros enfoques, te convido a CLICAR ou PRESSIONAR no link abaixo, e assistir a um vídeo no meu canal do YouTube
 
 
Um forte abraço, e até breve.
Chico Oliveira.
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