6 dicas para transcrever solos
Apresento 6 dicas para transcrever solos a partir da minha perspectiva, o que entendo como um dos processos de aprendizagem mais recompensadores na música. Faça bom proveito!
- Fazer uma boa escolha:
O grande problema para a maioria das pessoas que iniciam a transcrição de um solo, é a dificuldade em persistir naquela tarefa. Essa persistência pode ser maior ou menor em função de alguns fatores, e o principal deles, considero fazer uma boa escolha do solo a ser transcrito.
Um músico iniciante muito provavelmente não absorverá muitos dos benefícios de uma transcrição tirando o solo de John Coltrane em "Impressions", ou o solo de Michael Brecker em "Invitation".
Esses são exemplos de solos no qual o solista se utiliza de um grande repertório de substituições harmônicas, aspectos técnicos e interpretativos mais elaborados e sobretudo de um vocabulário rítmico bastante avançado.
Provavelmente irá escapar vários detalhes na absorção por alguém que esteja começando a trilhar essa abordagem de aprendizado (sim, tirar solos é uma das melhores formas de aprendizado!).
Em se tratando de ser humano e música, nada é impossível, mas acho difícil!
A grande habilidade do solista, a velocidade com que o solo é executado, a qualidade da gravação, a clareza com que o solista expõe suas ideias etc. são alguns dos pontos a serem levados em consideração ao se escolher tirar um solo A ou um solo B.
A princípio, sugiro que a escolha limite - se em um solo que vá lhe trazer algum benefício imediato, que pode ser: adquirir vocabulário em determinado gênero, ou aprender a tocar sobre uma progressão de acordes específica, por exemplo.
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Escutar bastante:
Ouvir, ouvir, ouvir... Só assim, aquele solo bem como o contexto em que ele foi desenvolvido será absorvido.
Quando o ouvinte consegue cantar o solo sem o auxílio da gravação, já é um sinal que a música está internalizada, e para reproduzi-la, basta a escolha de um "veículo ", que poderá ser a voz, uma guitarra, um trompete etc.
O sinal verde pode ser considerado a capacidade em cantar o solo.
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Anotar a harmonia:
Inicie anotando os acordes numa pauta e caso não consiga reproduzir alguns, anote o baixo (nota mais grave).
Não esqueça que o contorno melódico, delineado por alguns solistas, muitas vezes sugere o "acorde do momento ", e essa pode ser uma "linha de investigação" na busca pelo acorde que se está tentando decifrar.
Quanto mais se exercita a etapa anterior, de escuta da música, maior a probabilidade em identificar os acordes.
Uma vez se identificou os acordes ou a maioria deles, você estará melhor preparado pra tirar o solo propriamente dito.
Essa, é uma tarefa que realmente pode ser dura, mas com certeza será recompensadora.
Através dela, aprendemos muito sobre harmonia (sim, a análise da relação escala-acorde, bem como as substituições que os solistas impõem etc. abrem muito a nossa cabeça pra harmonia), sobre articulação (a forma como cada solista "caminha" de uma nota até a seguinte), percepção etc.
Nessa etapa a grande sacada é tirar nota por nota, sem pressa, apenas concentrando-se na "altura" correta da nota e no contexto rítmico no qual essas notas aparecem.
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Tocar junto com a gravação:
Tocar o solo junto a gravação, é uma parte da recompensa do árduo trabalho realizado nas etapas anteriores.
Há aqui o desenvolvimento de técnicas mecânicas (velocidade, palhetada etc.) e interpretativas (articulação, dinâmica e sonoridade, por exemplo!).
Uma outra recompensa é o fato que acabamos desmistificando o solista (que em geral é um ídolo nosso!) e passamos a assumir uma outra postura em relação a esses colegas de trabalho.
É um grande incentivo pensar, " Se ele pode tocar esse solo que tanto me desperta atenção, por que eu também não posso?"
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Escrever:
Após as etapas anteriores o solo estará ainda mais internalizado e você terá um processo de escrita, provavelmente, bem mais facilitado.
Se tiver dúvidas quanto a escrita, pergunte a um amigo mais experiente nesse processo, ele poderá lhe ajudar.
Recorra a livros de teoria musical para representar a grafia correta de algum trecho.
Há uma enorme satisfação, ao menos pra mim, em ver a folha de papel toda escrita com aquele solo que tirei.
É como se o processo de absorção não ficasse apenas no plano auditivo, mas também visual.
Editor visual
com o tempo, quanto mais se pratica, menos difícil será o próximo solo e mais preparados estaremos.
AQUI, deixei algumas transcrições que você poderá baixar gratuitamente.
Como motivação para transcrever solos, recomendo que você baixe um ebook gratuito:
8 motivos pelos quais você deve estudar música
A medida que for editando os solos que tenho nos meus cadernos de música pretendo ir disponibilizando.
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Chico Oliveira