Trio de forró tradicional - Zabumba, sanfona e triângulo. Chico Oliveira e lista com as 10 músicas juninas preferidas.
Trio de forró tradicional – Zabumba, sanfona e triângulo.
No período de festas juninas, temos oportunidade de apreciarmos um pouco da cultura nordestina, e a atmosfera se transforma; culinária, vestuário, o comportamento das pessoas e evidentemente a música. A música sempre sintetiza os momentos históricos que vivemos. Exatamente por essa tradução temporária do momento em que vivemos estar sempre ligada às manifestações musicais, ao longo do tempo, algumas músicas ficam mais impregnadas no nosso imaginário que outras. 
Em geral, o repertório de um grupo que toca forró é dividido em 3 partes:
 

Essa divisão tem relação direta com o andamento das músicas e por conseguinte com a forma de dançar.  O arrasta-pé tem um andamento mais rápido, seguido do baião e por último o xote, que vem a ser mais cadenciado. 
A seguir vou listar 10 das músicas que mais gosto ligadas ao período junino, mas não na ordem de preferência, o que seria muito difícil!
1) Que nem Jiló (Luiz Gonzaga/Humberto Teixeira) – Certamente uma das minhas preferidas.  O IV7M na introdução e no refrão tem todo um charme, quebra aquela previsibilidade nos nossos ouvidos do  IV#m7(b5) [ou IIm7(b5)/III] pela música que se fez pós o jazz e a bossa-nova, realmente me agrada a progressão IV7M-  V7/III – IIIm7 – V7/II – IIm7 –  V7 –  I.
2) Na emenda (Manoel Euzébio – Juarez Santiago) – “…Na emenda, amarre a corda direito, na emenda pra corda não ‘rebentar’ mas dê um nó de respeito quero o povo satisfeito brincando de emendar…” A introdução do Trio Nordestino é parte integrante da minha infância.
3) Zé do Rock – Um xote com jeito de blues do cangaço, lindíssima!
4) Riacho do Navio (Luiz Gonzaga e Zé Dantas) – Arrasta-pé obrigatório em qualquer forró, essa música é resultado da genialidade dos seus compositores. A letra trata de uma questão filosófica, tornar-se um “peixe” para poder reviver a serenidade de uma vida mais calma em águas do “Riacho do Navio” (curso d’água afluente do Rio Pajeú, que atravessa o sertão pernambucano), longe da “vida civilizada”. Riacho do Navio faz parte daquela lista de músicas que são ótimas para o desenvolvimento da percepção, são nelas que aprendemos de forma firme no ouvido as funções harmônicas IV, V e  I.
5) Feira do Mangaio (Sivuca) – Um dos hinos nordestinos
6) Amor com Café (Cecéu) – A versão de Elba Ramalho é maravilhosa com aquela opulência dos sopros, um verdadeiro brinde a essa música tão bonita!
7) Eu só quero um xodó (Dominguinhos e Anastácia) – A letra, melodia e harmonia maravilhosas, muito legal pra estudar improvisação.
8) Nem se despediu de mim (Luiz Gonzaga e João Silva) – Essa mostra toda a erudição de Gonzagão em construir melodias. Linda! 
9)  Algodão (Luiz Gonzaga) – Tá tudo ali!  Uma verdadeira aula das estruturas musicais na perspectiva da música popular nordestina. É o baião em sua expressão máxima de beleza!
10) Pedras que Cantam (Dominguinhos e Fausto Nilo) – Outro arrasta-pé de “responsa”, é mais uma feliz parceria dessa dupla de compositores.  Essa música sempre me desperta a ideia do moderno e tradicional que andam lado a lado.
E você?  Nos comentários deixe a sua lista de preferências.
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Feliz São João,
 

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